Autor: Caio Jesus Granduque José
ISBN: 978-85-9459-062-6
Lançamento em novembro de 2017.
Páginas: 275
Entre os complicados liames que tecem a burocracia do mundo absurdo, certamente a teia que corresponde à administração da justiça se destaca pela lógica implacável de seus inescapáveis paradoxos. É nesses fios que o indivíduo pode ser preso e enredado, sucumbindo às armadilhas da normalidade. Por isso o mundo de Camus é aquele em que os encadeamentos mais simples do cotidiano podem esconder, sob a aparente inocência dos fatos, a terrível incompreensibilidade das coisas. E talvez a situação em que a banalização e o mistério se entrecruzam de forma mais nítida seja a farsa do ritual jurídico.
Por isso se justifica plenamente a escolha de Caio Granduque de abordar, neste livro, a forma peculiar como Albert Camus considera, do começo ao fim de sua obra, a presença do direito como suporte das convenções sociais, algo que contrasta profundamente com a ausência de uma justiça real. (...) O livro de Caio Granduque é inteiramente modulado por essa escanção de uma justiça intermitente ou ausente, bem como pela ação arrojada de Camus, desde jovem, no jornalismo e no teatro, já de início na terra natal até a consolidação do escritor na França e na Europa, culminando com a consagração do Prêmio Nobel de Literatura: as dificuldades não o afugentaram da luta, assim como a glória não o acomodou nas vitórias.
(Franklin Leopoldo e Silva)