Rodrigo de Carvalho Vasconcelos
146 páginas
ISBN 978-85-9459-086-2
Não é raro que o primeiro contato com a música de Béla Bartók se dê através da coleção de peças para piano chamadas de Mikrokosmos. As 153 peças, apresentadas em ordem de dificuldade progressiva e distribuídas em seis volumes, correspondem ao mais extenso empreendimento do compositor húngaro com intuito de contribuir para a formação de um repertório didático que contemplasse tanto aspectos estéticos quanto pedagógicos. A experiência como professor de piano – atividade que o compositor exerceu durante toda a vida – fez-lhe acreditar que, no material didático disponível em sua época, havia poucas peças para principiantes com real valor musical, exceção feita a poucos exemplos como as peças mais fáceis de Bach ou o Álbum da Juventude de Schumann.
No Brasil, a música de Bartók também foi mencionada como referência de arranjo de música folclórica em 1927, por Mário de Andrade, em crítica às Canções Brasileiras de Luciano Gallet.
Considerando a possibilidade de se usufruir do Mikrokosmos como uma obra de referência para a música do século XX, por seu caráter particularmente adequado à compreensão desta, a presente pesquisa procurou abordar a obra de maneira analítica, tendo como foco o parâmetro das alturas sob o ponto de vista das coleções referenciais.