Marcio Gimenes de Paula / Natalia Mendes (org.)
222 páginas
ISBN 978-65-5953-172-1
Embora muito possa ser dito sobre interioridade e apropriação, conceitos tão densos em Kierkegaard, eles giram em torno de fazer das ideias e reflexões algo próprio, de não as tomar levianamente, de levá-las a peito. Se Kierkegaard, como se sabe, tanto repetia a expressão nosso tempo, levar as ideias a peito significa, para nós, também pensá-las em nosso próprio tempo. Ao fazê-lo evitamos o risco, tão frequente em qualquer estudo aprofundado, de transformar Kierkegaard em um representante da passagem, da transição, ou da conclusão, quer como um precursor, como participante, como colaborador ou como seguidor voluntário, como herói, ao menos um herói relativo, ou no mínimo como um corneteiro de importância absoluta. Quando, por outro lado, se procura ler Kierkegaard como um pensador vivo, como um pensador que desafia nossa interioridade e nossa subjetividade, nesse caso, então, quanto mais nos aprofundamos nele mais ele nos lança para nós mesmos, nos lança para o nosso tempo, se mostra um pensador atual.
O Compêndio que aqui apresentamos reúne os textos relativos às falas proferidas por doutores e doutoras na XVIII Jornada Internacional de Estudos de Kierkegaard, realizada de 24 a 27 de outubro de 2023 na Universidade de Brasília, e intitulada “A atualidade de Kierkegaard”. Diferentes visões do pensar sobre, com e a partir de Kierkegaard na atualidade são aqui oferecidas.