Essa obra começa pela crítica da noção corrente de “era tecnológica” desvendando seu caráter ideológico ao mostrar que os apologistas dessa era são, na verdade, defensores da ordem social atual que é apresentada como a definitiva; como a realização final da história fadada, portanto, a se perpetuar. Assim, nesse trabalho cuja redação foi concluída em 1973, Vieira Pinto já antecipava a crítica ao “fim da história”, desbragadamente proclamado na virada dos anos 80 para os 90 do século XX, tendo como porta-voz Francis Fukuyama. E, após aprofundar-se na dissecação da relação entre o homem e a máquina e dos problemas da técnica, da tecnologia, da razão técnica, da cibernética e da informação, encerra com uma contundente crítica à “era do lazer” e à noção de “classe ociosa” em cujo fundo se encontra a questão da eliminação do trabalho, outro tema de candente atualidade.